V de Não-sei-quê


Depois de um importantíssimo trabalho por parte da comissão parlamentar sobre o escândalo do BPN, que terminou com um "sabor a pouco" após meses de investigação, Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal enxovalhou num tom vitimizado a actividade do Parlamento, menorizando a importante investigação realizada. Mostrou-se arrogante, parvo, mesquinho e pior ainda, perdeu a compostura que lhe é exigida ao desrespeitar o órgão soberano que é o Parlamento, para não falar da falta de respeito perante o povo português, mostrando a tudo e todos que, o cargo que ocupa é só dele, o BdP é que é eficaz, legitimo, suficiente e que o resto é tudo um bando de ilusionistas perseguidores de tonterias. Se realmente valesse o dinheiro que lhe pagam...mas adiante! É verdade que a Assembleia da República não é um órgão administrativo, não tem competência administrativa, mas tem a capacidade de regular a actividade administrativa através de mecanismos como esta comissão parlamentar, logo, a juntar ao facto de ser um órgão soberano, representando todos os portugueses e detendo uma elevada importância no regime português, o "choque" dento da cabeça do senhor governador foi evidente, num outro país, teria sido prontamente demitido por tal feito, mas não só por isso deveria ser demitido.

Cabe-me a mim, citar Francisco Louçã: "Se não fosse o Parlamento, por uma vez, a fazer uma investigação sobre um banco em que os administradores entravam pela porta dentro com sacos abertos para os encher de dinheiro e saíam porta fora, nada se saberia de um dos maiores escândalos financeiros da história portuguesa". Tão certo. Demonstra a bandalheira que alguns querem continuar, fazendo passar os restantes por parvos, acéfalos. Um governador não pode ter esta postura, de sentar-se na cadeira com o computador ligado e entrar num estado de "deixa andar", é inadmissível e deveria ser responsabilizado por isto e pela sua incompetência face ao cargo que ocupa. É bom que as legislativa tragam algo de novo, de bom para Portugal que isto está demais.

Deixo, por fim, o link para a noticia na edição online do jornal "Publico" assim como um texto interessante de Constança Cunha e Sá aqui.

H1N1


Este ano de 2009, tem sido marcado por uma rápida ascensão da gripe H1N1 que tem vindo a contaminar várias centenas por todo o mundo, chegando a provocar mortes em todo o tipo de faixa etária. A OMS declarou o nível de pandemia, algo alarmante para a população mundial. A gripe H1N1 é um vírus similar ao vírus da gripe sazonal, tem sintomas iguais, propaga-se da mesma forma, o que pode causar um certo "não deve ser nada" nas pessoas que adoecem, que nunca pensando na nova gripe, vão contaminando amigos e familiares.

Esta contaminação global tem sido facilitada pelo constante movimento global, principalmente, graças às férias de Verão. Mas, se isto já está assim, imaginemos o pânico que será quando entrarmos na época da gripe sazonal! Causará confusão, medo, excessos e a grande pergunta, estarão os nossos hospitais preparados para tal? A senhora Ministra da Saúde diz que sim, que estamos, estamos de tal forma que ainda estamos a ponderar se compramos a vacina ou não, e se compramos que quantidade! Ora, os dados apontam para um aumento de casos desta nova gripe e têm se registado mortes e até mesmo casos de resistência ao Tamiflu, uma das únicas ferramentas disponíveis para tentar travar o vírus. É verdade que a vacina custará dinheiro, poderá ocorrer uma mutação do vírus o que irá inviabilizar a vacina que só estará disponível em Dezembro, mas, não será melhor prevenir que remediar? Não melhor será pensar como o Reino Unido que irá adquirir vacinas para toda a população e talvez pensar numa doação das mesmas aos países menos capazes? Até porque já chegou a África... Não será decente prosseguir, num tom precavido, ao abrandamento de certas obras publicas inúteis e caras e pensar no povo português? Com eleições legislativas à porta, Deus queira que estes tipos não brinquem mais connosco usando a gripe como instrumento politico de "voto-esperança" ou "arma-de-arremesso" em plena praça publica.

Falsas Oportunidades


Muito se fala dos cursos das Novas Oportunidades. Este plano por parte do Governo visa "formar" ou "educar" vários portugueses em tempo recorde, de toda e qualquer faixa etária para mostrar à UE que temos muita gente formada. Primando pelo facilitismo e pelos atestados de ignorância que passam a essas pessoas. A meu ver, este tipo de politicas deveriam ser cautelosamente planeadas configurando o rigor educativo com uma flexibilidade quanto baste, em termos de horários, de forma a permitir um melhor acompanhamento por partes das pessoas que se aventuram nestes cursos.

A realidade destes cursos, é triste. Triste na medida em que as pessoas perdem o seu tempo num sonho de aprender, mas o que realmente aprendem é Português de bolso, Matemática "aciganada" e cultura cívica baseada num aprender a reciclar. Mas isto é que é educar? Em que medida? O que aprenderá uma pessoa nesses cursos que lhe seja útil na vida real? Recebe apenas o diploma! Um papel! Nada de mais. Preferiria, e os interessados de certeza que também, algo sério, acessível quanto baste e valor real! Utilidade! Pois, existem pessoas muito cultas, que tiveram dificuldades na vida e tentam isto na esperança de realmente evoluírem, ou de aprenderem algo de útil para a sua vida profissional. Falsa oportunidade, falsa esperança, falsa seriedade politica.

"Liberdade" e "Respeito" de olhos em bico


No inicio desta semana, assistimos na China, na zona de Xinjiang, a violentos confrontos inter-étnicos em Urumqi. Em resposta aos confrontos assistimos a uma forte, pesada medida de controlo dos manifestantes, traduzindo-se esse acto em vários mortos (supostamente "só" 156 mortos) e vários presos que irão ser severamente punidos pelo acto de se manifestarem por Direitos a que lhe são inerentes. Abrir a boca para evitar o esmagamento e a constante provocação de outra etnia hostil leva a estes tristes acontecimentos. Uns pagaram e outros pagarão o preço por se referirem a "Igualdade" e "Liberdade" e isto viola claramente a o diploma referente aos Direitos do Homem, esse tal papel com força obrigatória "geral" a todos os países.

Estes actos de repressão não serão sancionados pelas entidades internacionais pois, a China é um país "respeitado", rico e... rico. Se compararmos aos factos ocorridos em Teerão que foram alvo de grande mediatização e de ameaças entre várias potencias, Xinjiang foi esquecida pelo mainstream, as pessoas de Xinjiang gritaram de forma muda face ao mundo. Para que servem as entidades mundiais se permitem isto? Para que servem diplomas como a Declaração dos Direito do Homem? Para questões de igualdade, liberdade e protecção não é certamente, pois o recurso ao seu conteúdo é raro, assim como a sua efectiva aplicabilidade. Obrigado meus "senhores" por fecharem os olhos a isto e muito mais. Cada vez mais a Declaração Universal do Direitos do Homem não passa mais que um mero papel com umas "folhazecas" imprimidas.

2 de Julho de 2009; Palco: Assembleia da Republica



Dia 2 de Julho. O Debate sobre o Estado da Nação na Assembleia da Republica, foi palco de um acontecimento caricato. Após constantes provocações sobre a pasta "Minas de Aljustrel" o ex-ministro, Manuel Pinho, saiu-se com uns cornos dirigidos à bancada do PCP. É verdade que, uma pessoa não é de ferro, mesmo um Chefe de Estado não é de ferro, pode rir, pode chorar, gritar... mas tem que conter os impulsos nos momentos chave, mas mesmo que não consiga, que o faça de maneira o mais "light" possível. Mas voltando, este gesto acabou na demissão do mesmo e no próprio dia, a pasta da Economia ficou entregue ao ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.

O gesto do ex-ministro da Economia foi ridículo. Num palco como é a Assembleia da Republica, num debate importante para o país em que até o senhor Primeiro Ministro se estava a sair bem, o gesto de Manuel Pinho causou o choque, mostrou uma falta de elegância ao receber criticas, picardias da bancada do PCP. Os deputados que compõem o parlamento e mesmo os ministros, devem se comportar à altura perante o povo, pois sendo titulares dos cargos que ocupam têm que dar o exemplo da educação e respeito, por mais difícil que seja. Mas quanto a mim, eu considero estes actos o menos mau, pois más foram as politicas deste ex-ministro que para além de más andaram enamoradas com a mentira. Basta ver os empregos prometidos e os reais nas minas de Manuel Pinho, a situação em que as mesmas estão, ou as constantes gaffes deste ex-ministro, daí que diga que a sua demissão peca por tardia.

Esta demissão envolvida em polémica prejudicou e muito a imagem do PS. Com as eleições legislativas à porta, o PS terá que enfrentar reacções dos vários grupos de profissionais às más politicas, o descontentamento do povo português, os ataques pessoais por parte da oposição que se preocupa com o ataque directo em vez de apresentar planos políticos para o país...enfim, é esperar para ver o que sai deste "cozinhado" picante em tempo de Verão quente. O senhor Primeiro Ministro diz que o jogo eleitoral será uma escolha de atitude, pois que essa atitude seja a verdade, realidade e opções chave para o país. O país beneficiaria se a Segurança e a Justiça fossem tratadas de forma correcta, o povo agradeceria e muito! Seria uma excelente aposta e um excelente começo. Chega de andar a brincar às politicas!